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Mais de um terço dos projetos apresentados na Câmara Municipal de São Paulo desde o início do ano não tem relevância para a população. Das 381 propostas feitas por vereadores entre fevereiro e junho de 2010, 37,5% são pedidos de mudança no nome de ruas, praças e escolas, criação de datas comemorativas ou ofertas de homenagens a pessoas e entidades.
Terra Magazine fez um levantamento tendo como base o banco de projetos apresentados mês a mês na Câmara feito pelo Movimento Nossa São Paulo. O critério para considerar um projeto irrelevante foi o mesmo adotado pela Transparência Brasil: entram na conta homenagens a pessoas e instituições, batismo e rebatismo de logradouros (ruas, praças etc), símbolos (atribuição de bandeiras, brasões etc a entes diversos), designação de cidades-irmãs e inclusão de datas comemorativas no calendário oficial do município.
Um total de 143 projetos feitos desde o início das atividades parlamentares até junho se encaixou nesta conta. Só no último mês, foram 25 propostas do tipo, o equivalente a 28% dos 89 projetos apresentados. O mês campeão de projetos sem relevância foi abril, quando quase metade de tudo o que chegou à Câmara não tinha importância. Pouco mais de 49% dos 59 projetos apresentados caem nessa categoria.
Na lista de irrelevantes, estão algumas ideias bastante inusitadas. Em maio, o vereador Ushitaro Kamia (DEM) propôs a criação do Dia Municipal do Jornalista Evangélico, Imprensa e Meios de Mídia Evangélica, que seria comemorado no dia 1º de novembro. Ele também pediu que a cidade de São Paulo tivesse uma semana para comemorar a festa das “Cerejeiras em Flor”, um evento que só acontece no Japão uma vez por ano, na primavera. O vereador Adolfo Quintas (PSDB) quis criar o Dia da Bengala Branca, uma referência ao acessório que os deficientes visuais usam para caminhar.
Já as homenagens são várias. Desde a comemoração dos 50 anos do primeiro título mundial de um brasileiro no boxe, consquistado por Eder Jofre até os 80 anos da escola de samba Vai-Vai. Outra surpresa veio do vereador petista Donato, que quis oferecer à candidata à Presidência pelo seu partido, Dilma Rousseff, o título de cidadã paulistana.
Alguns vereadores aproveitam acontecimentos que sensibilizam o público e lá se vão mais homenagens. Ao cartunista paranaense Glauco Villas-Boas, foi oferecido o título de cidadão paulistano após seu assassinato em março. O falecimento de Zilda Arns em janeiro, durante visita ao Haiti, embalou o pedido de Eliseu Gabriel (PSB) e Gabriel Chalita (PSB) de oferecer a ela a Medalha Anchieta, uma das principais honrarias da cidade.
Fonte: Terra Magazine no blog vereadores.net
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